A inutilidade é uma qualidade da qual queremos nos distanciar, mas à qual todos estamos submetidos. Ninguém quer ser inútil ao mesmo passo que somos ávidos por inutilidade, em certos momentos.
Pensando bem, nossa inutilidade pode ser muito bem utilizada. Não aos olhos de terceiros, mas aos nossos olhos. Sei lá. Talvez você precise viver mais para si mesmo. Você tem uma carteira de identidade, uma certidão de nascimento, inúmeros documentos que provam que, perante a sociedade em que vive, você é alguém. Você é ( considerado ) alguém, claro, se for útil a esta sociedade. Se não o for, a inutilidade passa a rondar sua vida. Você é perniciosamente declarado um inútil. Um merda. Há tantas palavras. Tantos modos de te excluir, nem vale a pena expor todos aqui.
É bem capaz que você nem se reconheça mais em sua foto 3x4. O que te torna alguém pode não significar mais nada, e a inutilidade está lá, em um pequeno recipiente em seu armário, implorando para ser esgotada. Use-a como quiser. Ou nunca use-a. O que é útil para você? Será que a inutilidade, a seu ver, não é o que há de mais útil neste mundo? Talvez você precise viver mais para si mesmo.
É bem capaz que você nem se reconheça mais em sua foto 3x4. O que te torna alguém pode não significar mais nada, e a inutilidade está lá, em um pequeno recipiente em seu armário, implorando para ser esgotada. Use-a como quiser. Ou nunca use-a. O que é útil para você? Será que a inutilidade, a seu ver, não é o que há de mais útil neste mundo? Talvez você precise viver mais para si mesmo.