sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pelas Ruas

Nossa, com quantas vidas nos deparamos todos os dias, quantas histórias deixamos de ouvir?

Ao andarmos na rua, ainda mais em uma megalópole, centenas de pessoas cruzam o nosso caminho. Pessoas de todos os tipos. Todos os estereótipos imagináveis e inimagináveis. Ainda bem.

Apesar de tamanha variedade em relação ao aspecto físico, a grande maioria parece carregar o mesmo semblante. Rancor, impassiabilidade, tristeza, não sei. Fica complicado abrir um sorriso. Investimos tanto em comunicação à longa distância, mas somos incapazes de nos comunicarmos pessoalmente. Um olhar meigo. Um sorriso afável. Nada. Qualquer bom sentimento parece ser funesto. As pessoas trocam olhares rápidos, como se sentissem medo uma das outras. Parecem estar enclausuradas em redomas de egocentrismo, enquanto hipnotizadas pelos seus mini-aparelhos eletrônicos. Eleve dois ao quadrado. Continue elevando todos os resultados ao quadrado, até cansar. Um número maior já existe como a memória interna de um chip.

Eleve gestos humanos humano a zero. Simples assim.

Está para chegar o dia em que nos desvencilharemos de nós mesmos, quebraremos este redoma invisível que nos envolve. Um dia, sorriremos, como se retornássemos às nossas origens. Aprenderemos o valor de um gesto. Seremos um pouco mais humanos. Como disse minha amiga, toda vida poderia dar um filme. E nossa, com quantas vidas nos deparamos todos os dias, quantas histórias deixamos de ouvir? Um dia, quem sabe, as ouviremos.

8 comentários:

  1. capitalismo, meu filho!
    tem tempo pra isso não!
    aUEHUAheuahUHAuheuaHEUHauehuAHE

    --
    www.moolegal.wordpress.com

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  2. Fabuloso cara, compreendo muito bem o que desejou passar.

    A sensação que tenho ao andar na rua é como se todos estivessem com medo. É como se uma bomba estivesse a estourar a qualquer momento ou o meteoro a cair sobre nossas cabeças.

    Defendemos insesantemente algo de maior insignificância em nossas vidas, nossa imagem, nosso "EU".

    Se houvesse uma multidão numa rua e os tirassem o véu que cobre tuas faces, todos ficariam perdidos como baratas tontas.

    Visite meu blog:

    http://diariodocamaleao.blogspot.com

    Te aconselho o texto "A Mente".

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  3. puxa, é de se pensar sobre o que vc escreveu...

    eu ia concordar veemente com tudo, mas, sabe? eu devo ser uma dessas pessoas aí...

    com todos os problemas do trabalho, da faculdade, da família, esquecemos que existem tantos outros ao nosso redor com histórias para contar, com tantos problemas como o seu. Olha como somos egoístas!

    Parabéns pelo texto!! e eu espero que essa sua conclusão seja a conclusão que todos tiremos daqui a algum tempo...

    (nao gosto muito de correntes e dessas frescuras de selos e memes, mas indiquei um selo p/ vc lá no meu blog! :D)

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  4. Eu ja reparei nisso.As pessoas e fecham. As vezes eu olho praalguém e dou aquele leve sorriso. Normalmente acontece, se for mulher, dela sorrir, se for homem, achar que é cantada. Mas a maioria nem liga...acha que sou louca.
    Enfim.
    Belo blog, gostei.

    Bjoks

    http://www.lufnunes.blogspot.com/

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  5. Acho que todos nós somos assim... e dificilmente vamos mudar. Pelo menos enquanto existirem esses aparelhos eletrônicos que nos ajudam a nos enclausurar... :/

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  6. Cada vez mas ficaremos presos a essas "maquinas", estamos nos tornando cada vez mais dependentes delas, até o dia que o relacionamento humano só será possível através de uma rede de computadores, nada de olho no olho, de expressões sentidas ao vivo, apenas pela tela de Lcd de seu computador você verá o sorriso de um amigo.

    Viva aos relacionamentos virtuais !

    Viva a nova era virtual !

    http://mixdefeijaocomarroz.blogspot.com/

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  7. O ser humano é uma caixinha
    de surpresas, as vezes a surpresa é agradável, em outras não!

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  8. tipo, não é nenhum ataque direto...mas será que se todo mundo andasse sorrindo na rua você ia escrever sobre como as pessoas conseguem sorrir num mundo onde pessoas morrem de fome?
    mal dos subversivos asdççlsdak

    btw, dizem que a solidão é a doença do século...

    "internet, rádio, mp3, 4, 5, 6, talvez tenha poder mas não aproximou vocês"

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